Pacheco Pereira, diz no seu Abrupto, num post de 5 de Outubro ...
Um homem que dá a sua palavra de honra é como um homem que jura: as suas palavras valem mais do que palavras, são um acto decisivo em que ele coloca como penhor de si próprio, e da veracidade do que diz, a sua identidade. É um acto grave e sem retorno. Eu sou da escola em que se acredita quando alguém fala assim.
Eu respondo, aqui, e directamente por email ...
Também eu quero, e, na maioria das vezes, consigo, acreditar que quem jura, ou dá a sua palavra de honra, está a falar verdade, e nada mais tem que provar.
Mas, como diz o povo - e a sabedoria popular é, muitas vezes, mais verdadeira e eficaz do que a ciência, o progresso, a evolução de pensamento - "Quem mais jura, mais mente"
O sr. Ministro deu a sua palavra de honra, logo é como se tivesse jurado, e todos nós, com mais ou menos esforço, acreditamos, mas ... eu pessoalmente acho que seria muito melhor, para a (des)confiança que temos (o cidadão comum, onde me incluo) em relação aos politicos, que o sr. Ministro não se tivesse colocado na posição de ter que dar a sua palavra de honra sobre um assunto destes. Se a filha não tinha notas para entrar, fazia o que os outros fazem; ou, porque a familia tem possibilidade, ia para uma universidade privada; ou, esperava mais um ano, tentava melhorar as notas e concorria novamente.
A dúvida ficará sempre, a filha do sr. Ministro vai para o estrangeiro, e eu já não consigo olhar para o sr. Ministro sem pensar, "qual serão os cordelinhos que ele está a puxar, e para quê (quem)?".
ou seja, mais um politico que perdeu toda a sua credibilidade.
Eu não quero saber se os dois ministros falaram um com o outro.
Não quero saber quem é que tinha conhecimento.
Não queria ter que saber, que um ministro utiliza a sua influência, ou o seu estatuto, para "facilitar" a vida a alguém, mesmo que seja a sua filha.
Bem sei que um pai quer o melhor para os seus filhos, e que, fazer o curso que se deseja, na universidade que se escolheu, é um dos objectivos maiores de muitos de nós, mas também sei que, não é leal, para ninguém, inclusivê para a filha beneficiada, ir por atalhos.
Os politicos, todos eles, têm uma obrigação maior de não ir por atalhos, de acabar com o "nacional porreirismo", de jogar o jogo seguindo, sempre, as regras.
Quem perde nesta história toda é a NOSSA politica, os NOSSOS representantes, porque se, por um lado, a maioria de nós acha que eles "são pouco sérios", "querem é tachos" e "são todos iguais", por outro, eles continuam a dar-nos razão.
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