sexta-feira, fevereiro 04, 2005

COMO NÃO PODIA DEIXAR DE SER ...

...o primeiro post de hoje é sobre o "Mega Debate" de ontem.

Gosto do formato. Não permite - embora lhes tenha "fugido o pé para o chinelo", numa ou outra ocasião - que os candidatos percam tempo em interrupções, considerações ridículas, e pequenos comentários, e obriga-os a responderem ao que lhes foi perguntado, com maior clareza, pois o tempo está limitado.
Não gostei de alguns pormenores - as luzinhas do tempo, a "pequenez" do estúdio, o facto de termos 3 jornalistas a fazerem perguntas e mais um moderador, e do jornalista da SIC que fazia o "antes e depois" do debate. No final do debate, quando esperava que os candidatos saíssem, disse que o debate era um exclusivo SIC, quando na realidade também foi transmitido pela 2:

Não ganhou ninguém. José Socrates teve melhor em alguns temas - como a resposta aos boatos ou nas questões eticas e morais - e pior noutros - no suplemento aos pensionistas, por exemplo, que não explicou onde iria buscar aquele dinheiro.Tinha o seu discurso controlado e bem estudado, e raramente "levou ralhetes" dos jornalistas.
O mesmo aconteceu com Pedro Santana Lopes. Esteve muito mal nas questões éticas e morais, fez uma grande baralhada entre os estágios que o PS quer proporcionar e a questão dos licenciados em gestão, continua a bater na tecla da homossexualidade, para perpetuar o boato, e continuar a servir-se dele politicamente, falhou todos os tempo e fartou-se de "levar ralhetes". Esteve melhor nas questões de economia, bem preparado - alguém me sabe dizer se aqueles números estão correctos? - esteve sempre mais à vontade, com uma postura muito melhor que a de Socrates eolhava mais para o seu adversário do que para os jornalistas.
Perderam os jornalistas. Perderam muito tempo com a questão dos boatos ... as perguntas colocadas não estavam bem formuladas, ou não foram respondidas pelos condidatos e eles não "voltaram à carga". Muitas das perguntas pareceram ser aquilo que os candidatos já estavam à espera, e não obrigaram nenhum deles a saír do já preparado. Não abordaram uma série de assuntos fundamamentais - saúde, justiça, educação, cultura - embora a responsabilidade não seja unicamente deles, pois o tempo do debate não o permitiu.

O facto de terem faltado muitas perguntas levanta-me outra questão - pode ou não adoptar-se este formato se o debate for único?
Eu penso que não.
Num debate de hora e meia, com os tempos tão compartimentados, e sem possibilidade de "conversa", alguns temas vão ficar para trás, como acabou por acontecer!
Para que todos os temas importantes sejam debatidos é necessário uma série de debates, como fazem os Americanos. É necessário elaborar as perguntas fundamentais a responder, e dividi-las pelos debates necessários. Assim não ficamos com a sensação que faltou muita coisa, que havia tantas questões que eu gostaria de ver respondidas e que passaram ao lado.


Vi o debate através da 2: e fui acompanhando os comentários feitos no ABRUPTO.
Quero deixar aqui os meus parabéns ao Pacheco Pereira pela iniciativa, que correu muito bem! E ainda, concordar com uma ideia que ontem foi transmitida por um dos leitores do blogue e "comentador" do debate.

Precisamos muito de uma coisa como o FactCheck.org.Não só era útil ter uma
organização independente que verificasse e, sendo caso disso, desmentisse os
factos alegados pelos candidatos, como talvez fosse uma maneira de fazer a
universidade prestar um serviço ao público e deixar de contemplar o umbigo.
(PVS)
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Vou voltar ao tema do debate depois de ler a transcrição que vai sair no Expresso do próximo Sábado.

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